Sentada ali na areia, percebi que o amor é como o mar.
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O mar parece calmo, inofensivo, nos convidando para entrar em seu vem-e-vai das ondas. Nossos olhos brilham de encontro à ele. Mas logo de cara você se recusa a entrar e se entregar, porque já esteve lá outra vez; e sabe que o mar toma tudo para si durante o dia, e então quando a noite cai, devolve o que não precisa à terra. E amanhecer ali, jogado na areia, é um preço caro de se pagar.
Mas por um instante você se esquece que isso já aconteceu outras vezes, e então, enfeitiçado pela beleza do mar, decide dar uma chance, e vai até ele. Deixa seus pés tocarem a areia molhada. Mas apenas isso não satisfaz os desejos do mar. Ele quer mais. E então vem, suavemente, e molha seus pés como quem não quer nada. Mas quando ele retorna, já levou consigo uma parte de você, te obrigando a entrar para buscá-la. E quando volta a si, já está lá dentro, envolvido naquela sensação insaciável de quero-mais. E então não há mais volta. Só a rejeição da manhã seguinte.
E assim é o amor. Muitas vezes você se fecha para não ter que sofrer de novo, mas acaba não resistindo em se entregar, e quando percebe, já está cometendo o mesmo erro outra vez.
Assim é o amor.
Assim é a vida.
Autoria própria.
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