segunda-feira, 19 de abril de 2010

Meu final de semana ''teatral''.

Esse meu final de semana foi um final de semana diferente. Por diversos fatores, na verdade. Mas tudo começou na sexta feira.

Sexta-feira, como de costume, eu fui estudar com o Davi pro vestibular da Mackenzie, que está chegando, e pelo nossos estudos, nós não sabemos nada. E eu não sei qual é o meu problema, eu deveria estar tipo, desesperada, afinal, todos meus amigos formandos do Ensino Médio estão fazendo alguma coisa; ou faculdade ou cursinho. E eu estou aqui, fazendo absolutamente nada. Mas eu não estou desesperada. A prova da Mack está aí, batendo à minha porta, e eu aqui, lendo livros da Meg Cabot e fazendo teatro.

Falando sobre teatro agora, esse final de semana foi realmente o final de semana teatro da minha vida.

Bom, como alguns já sabem, eu sou cristã, católica apostólica romana, e sobre tudo praticante, afinal, vou à missa todo domingo, e sempre que possivel estou ajudando em alguma coisa na igreja. Trabalhei por anos no encontro de jovens da igreja que eu frequento, e já trabalhei na liturgia da missa também (quem não sabe, liturgia da missa não é o pessoal que faz a leitura durante a missa, é quem prepara a missa, essas coisas todas). Só que, com a minha repentina decisão de fazer teatro no Tal & Pá, eu sabia que teria que abrir mão de trabalhar nos encontros, afinal, eles duram de sexta à domingo. E domingo é dia de teatro pra mim. Claro que, domingo é dia de ir à missa também, mas eu realmente só tenho tempo pra essas duas coisas aos domingos. E bom, eu realmente abri mão do encontro de jovens.

Foi ai que, há umas semanas atrás, eu fui convidada pelo Daniel (que é ministro na minha igreja e faz faculdade com a minha mãe) para fazer parte do teatro do encontro, já que ele ficou sabendo que eu faço teatro. Bom, claro que eu achei a idéia legal e tal, mas eu já ia dizer não, por causa do meu domingo comprometido. Mas então foi aí que ele disse que eu poderia ficar lá só na sexta e no sábado, pra dar um apoio nos ensaios, ou cobrir o papel de alguem que não estivesse lá na hora. Bom, eu aceitei, e fui no ensaio da quinta-feira. Eu dei muita risada, e logo me senti confortável no meio daquelas pessoas. O que é estranho, levando em conta a minha dificuldade de me enturmar, e levando mais em conta ainda que a turma do teatro do encontro é vista como uma panelinha, pois dizem que é muito dicifil fazer parte, que é uma turma fechada, e bla bla bla. Mas eu vi que não é nada disso. Bom, mas então, quinta-feira foi bem legal, e eu vi que eu realmente queria fazer parte daquele grupo.

Voltei na sexta-feira, porque eu chamei o Anderson para fazer o encontro de jovens. Quem é Anderson? Bom, ele faz direito com a minha mãe e com o Daniel, e segundo informações, é usuario de drogas, e isso está comprometendo os estudos dele. Dai então tive a ideia de chamá-lo para fazer o encontro, e ele aceitou, porque pensou que eu ia passar o final de semana lá com ele (afinal, diz ele que gosta de mim, e já espalhou pra metade da faculdade que somos namorados, haha). Bom, depois que conversei com ele, e abandonei ele lá na frente, passei umas boas horas conversando com o Kaique, o qual tinha ido à igreja pra ver um ensaio do teatro, já que eu havia convidado-o. Só que o papo estava tão bom, que o povo do teatro sumiu, e a gente ficou lá. Até... bom... até tarde.

Dai no sábado, acordei cedo, e fui para o crisma. Finalmente estou fazendo crisma, afinal, estou enrolando há anos, porque sempre quero alguém pra fazer comigo e nunca encontro. Foi ai então que chamei o Kaique, que pra minha surpresa aceitou o convite, e então estamos oficialmente fazendo crisma. Mas depois do crisma, ele foi trabalhar, e eu fui para a equipe de teatro. Foi bem legal, estavam lá o Daniel, a Jéssica, o Elvis, o Rafa, o Wesley, o Saroba, o Rogério, a Paulinha, a Mirella, a Vânia, e mais algumas pessoas que não me recordo o nome agora. A sala do teatro era uma zona só. Tinha figurino pra tudo quanto era lado, um único colchão, maquiagem e um monte de tralha num quartinho pequeno. Mas tenho que assumir que no fundo era aconchegante. Cheguei, assisti os ensaio, e uma peça. Foi bem, bem legal. Bom, dai então deveríamos fazer uma peça que antecedesse a palestra sobre drogas. A peça era bem forte; falava sobre um garoto que havia morrido, mas ainda estava vagando, e não sabia que tinha morrido, e se deparava com o próprio velório em casa, e via o sofrimento da mãe e da família, sem fazer nada, e enquando isso tem uma conversa com o diabo. Ele ainda tenta salvar a sua alma, mas não consegue, então a morte vem e finalmente leva ele. Ele morre porque comprou drogas, e não pagou, então foi assassinado. Era uma peça séria, forte, pesada. E tivemos apenas meia hora para ensaiá-la. Mas claro que eu só estava ajudando o povo pegar o texto e tal. Até que, faltando 10 mim para entrar em cena, eu fico sabendo que eu vou entrar, e vou ser a mãe do garoto que morreu. Eu não tinha falas, mas eu tinha que chorar, chorar de verdade, como se meu filho tivesse morrido, eu tinha que me desesperar, sei lá. Ainda mais eu, que tenho aversão à velorios e enterros. Nunca fui em um. Mas lá estava eu, tentando entrar no personagem. Fizemos uma oração, e quando eu percebi, já estavam mandando eu entrar. Modéstia a parte, eu fui bem. Muito bem. A cena que eu entrava, entrava apenas eu e o irmão do falecido, meu outro filho. Eu chorei, chorei alto, me desesperei, eu gritava “meu filho não, meu filho não”. E passei o resto da peça em cena, e chorando. Fiquei até com dor de cabeça por ficar forçando choro, mas foi legal, valeu a pena. Depois disso, o grupo todo foi para a capela, porque a peça foi muito forte, e mexeu com todo mundo. Ficamos lá durante um bom tempo, mais de uma hora, cada um falando sobre seus problemas, cantando e rezando. Foi ótimo.

Depois disso, tiramos um cochilo no quarto da zona. Depois fui para a vigília, dançar e pular um pouco. Depois teve adoração ao Santíssimo. Depois, finalmente, quase meia noite, eu fui para casa.

Tudo isso para estar domingo 7h da manhã lá na igreja de novo. Eu fui me arrastando de cansaço, e ficava cada vez mais cansada só de lembrar que eu teria ainda teatro no Tal & Pá naquele dia. Mas tudo bem. Fui com o Kaique na missa das 9h, depois fui buscar uma carta de homenagem para o Anderson na casa dele, depois voltei pra igreja pra entregar, depois fui almoçar, depois eu e o Kaique ficamos na pracinha perto da minha casa vendo criancinhas correndo e brincando. E gritando. Até a hora do teatro. Aproveitamos um pouco do tempo pra dar uma lida no texto do teatro. Depois fomos pro teatro, mas o que aconteceu lá fica para outro post, já que esse já está imenso. Mas pelo menos eu sei que essa semana não vou ficar toda dolorida por causa do teatro, mas em compensação, não foi fácil subir naquele palco para fazer aqueles testes. Não foi nem um pouco fácil. Meu coração pulava na garganta de tanto nervosismo. Eu não sei mesmo qual é o meu problema, porque eu ainda insisto em fazer teatro, se eu quase MORRO fazendo. Não entendo.

Mas eu gosto, e gosto muito.

E então, depois de voltar do teatro, fui pra casa, tomei um merecido banho demorado, e capotei.

Isso pra 7h da manha de hoje estar trabalhando. Que legal.

Mas meu final de semana foi legal. E o post ficou imenso, isso porque eu omiti DIVERSAS coisas.

Se alguém ler comenta, pra eu saber só.

Um beijo.

Anna

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Tudo é relativo, tudo é amor.

A gente tenta, mas é quase impossível não escrever sobre o amor.
Pra mim, amar é como respirar. A gente não controla quando quer amar. Simplesmente ama. As vezes nem ao menos percebemos ou sabemos quando começamos a amar, da mesma forma que não precisamos lembrar de respirar. Respiramos enquanto dormimos, também amamos quando dormimos. Pra mim, amar é tão fácil que acaba se tornando um problema. Assim como respirar, amar nos mantêm vivos.
Amor pra mim é muito mais do que o amor que existe entre duas pessoas. É bem mais abrangente, e ao mesmo tempo mais simples. Nós nos preocupamos demais em amar uma pessoa e esquecemos que amamos, além de pessoas, coisas e situações. Amamos um sorriso, uma música. Um dia em especial.
E mesmo quando esse amor é apenas voltado à pessoas, só procuramos uma pessoa, a pessoa certa. Que em sua maioria é a errada, que passa-se por certa durante um bom tempo - ou por pouco tempo -, mas tempo suficiente para que quando descobrimos que ela é a errada, chamarmos este amor de ilusão.
O que de fato assumo que faço, mas que discordo. Amor - certo ou errado - sempre é amor. E ilusão é algo irreal, imaginário, que nunca existiu. Mesmo quando amamos a pessoa errada, nós estamos amando, e esse amor é real (pelo menos no momento), então não é certo chamá-lo de ilusão se simplesmente não deu certo. Algo real não se tranforma em imaginação só porque já passou.
Assim como a vida, o amor começa, e um dia termina. Assim como respirar, sabemos que amamos, mas sabemos que um dia vamos deixar de amar; nem que seja com a morte.
Mas amor não se resume em uma pessoa, a qual buscamos por tanto tempo, para passarmos o resto da vida. Existem diversas intensidade de um único amor, e atribuimos diferentemente para cada pessoa que amamos. Amamos parentes de uma forma diferente da qual amamos nossos melhores amigos, que por sua vez, é uma forma diferente do amor que temos por colegas, pessoas que convivemos no nosso dia-a-dia.
Tudo é relativo. Tudo depende do ponto de vista. Tudo é amor.
E, particularmente falando agora, isso só me confunde cada vez mais.
Porque amar é tão simples. Porque eu amo muito rapidamente as pessoas. Porque eu acabo me dividindo, me confundindo, me ... iludindo? Não, porque eu não acho que é ilusão. Ilusão a gente cria, amor a gente sente. Ilusão a gente inventa, amor a gente acredita.
E se um dia eu já disse que te amo, é porque eu realmente amo. Ou amei. Do meu jeito, com a intensidade que me convém. À minha maneira. Mas foi - ou é - verdadeiro.
E eu também sei que ainda vou amar muita gente. Vou errar muito. Porque é errando que se aprende.

Esse foi um post subjetivo, no fundo contraditório. Porque desde sempre se fala sobre amor, e ninguém nunca entendeu o amor, nunca dominou o amor.

Onde já se viu o mar apaixonado por uma menina?
Quem já conseguiu dominar o amor?
Por que é que o mar não se apaixona por uma lagoa?
Porque a gente nunca sabe de quem vai gostar?(O Teatro Mágico - Ana e o Mar)
 
Um beijo, com amor,
Anna

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Sim, eu trabalho. Há 5 anos!

Acho que todo mundo sabe que eu trabalho. E muitos devem saber que eu não gosto do meu trabalho. Não que seja chato, mas é tão monótono, e depois de 5 anos trabalhando no mesmo lugar, a gente fica de saco cheio da rotina. Todo mundo fala; você tem só 17, como pode trabalhar há 5 anos? Sim, eu comecei a trabalhar aos 12 anos. Na época, não era bem um serviço... eu simplesmente ia atender o telefone no escritório do meu pai. Mas porque eu tinha que fazer isso? Porque não ficava em casa vendo desenho como uma criança normal? Preciso contar um pouco da história da minha vida pra entender isso.


Minha vida sempre foi boa, em geral. Quando pequena, minha mãe era bancária, meu pai trabalhava em uma seguradora, eu estudava no Olivetano – que por sinal, na época, era um colégio realmente bom – tinha um carro bom, minha modesta casa (que ainda é a mesma), e ainda sobrava um dinheirinho pra viajar e tudo mais. Eu tinha uma ótima vida , uma condição financeira consideravelmente boa também (sem esquecer que sempre morei na Zona Leste, e de fato, já até morei na Cohab – lugar que eu adoro! – então humildade em primeiro lugar, ok?). Só que, como a vida não é cor-de-rosa, minha mãe teve o segundo filho, meu primeiro irmãozinho, então, querendo ou não é uma despesa a mais. Mas ainda dava pra viver muito bem, realmente não tenho o que reclamar.Porém, logo quando meu irmão completou o primeiro ano de vida, ocorreu uma reviravolta na minha família. Minha mãe estava grávida de novo, e meus pais perderam o emprego. Sim, os dois, na mesma época. Bom, dois adultos sem emprego cuidando de uma casa e três crianças, não é fácil. Na verdade, foi muito difícil. Logo depois, minha mãe teve que arrumar dois empregos; recepcionista num dentista e inspetora em uma faculdade. Enquanto meu pai fazia várias entrevistas por semana, e nada. Ele também estudou e prestou alguns concursos públicos – modesta a parte, mas meu pai é MUITO inteligente, mas depois que ele terminou a faculdade, ele não prestou a OAB, porque já trabalhava em outra àrea, então ficou pra lá. -,mas infelizmente ele não passou nos concursos. Nesta época, meu pai arrumou uma parceria com meu tio, e eles abriram um mercado, já que meu avô já estava montando uma panificadora, mas não durou muito por causa de assaltos e tudo mais. Hoje em dia é só panificadora. Mas voltando a falar de estudos; meu pai não passou nos concursos pra delegado que ele tentou, mas tirou o CRECI – pra quem não sabe, é pra ser corretor de imóveis, pra montar uma imobiliária. Mas meu pai nunca tinha trabalhado na àrea. Foi ai que, junto de um amigo da igreja, meu pai montou um despachante em Guaianases. Lá, por causa do preço dos imóveis comerciais pra alugar – que de fato era simplesmente uma garagenzinha. Bom, foi ai então que as coisas começavam a se estabilizar. Minha mãe num sufoco com duas – se contar comigo, três – crianças e dois empregos, e meu pai começando um negócio no qual nunca trabalhara. E eu? Eu, claro, sai do Olivetano, e fui estudar no Colégio Raizes, na Cohab. Por pouco, pouco mesmo não fui pra escola pública. Mas como meus pais priorizam a Educação mais do que qualquer coisa, nós ficamos sem plano de saúde, sem carro, só pra eu continuar em uma escola particular. Que, apesar de particular, era um péssima escola. Péssima no quesito de ensino, porque lá eu aprendi MUITO sobre a vida. Lá eu conheci verdadeiros amigos – amizades que carrego até hoje. Na verdade, passei os melhores momentos da minha vida naquele lugar. Não me arrependo de nada, mas tenho que culpar aquele colégio sobre minha defasagem em matemática. Falando sério, de conteúdo, eu não me lembro de ter aprendido nada, mas de lição de vida, eu aprendi mais do que tinha aprendido em todos os anos anteriores. Bom, as coisas do meu pai foram melhorando, e surgiu uma oportunidade de abrir uma imobiliária na Cohab – na verdade não abrir, mas continuar uma que já estava lá há anos. Meu pai aceitou, e lá em frente a delegacia 65 começamos outra etapa. E foi nessa hora que eu entrei em cena, porque eu ficava em casa o dia todo mofando, e na verdade, o dia todo pendurada no telefone, com amigas, amigos e paqueras. Não tinha internet em casa (como não tenho até hoje) então telefone era o que me restava pra me socializar. Bom, dai você já imagina né? A conta de telefone explodia, e meu ‘castigo’ era ir trabalhar com meu pai. No começo foi bem estranho. Eu tinha 12 anos. Eu já estudava na Cohab, dai só descia algumas ruas, e já estava no serviço. Lá tinha internet, e era minúsculo. Tudo que eu fazia era atender o telefone, o se chegasse alguem, chamar meu pai. Era só isso. Pra castigo estava mais do que bom. Só que o castigo foi se prolongando, e eu virei uma necessidade naquele lugar. Fui aprendendo sobre como dar informações sobre apartamentos, os nomes das ruas – saber quase todos os nomes das ruas da Cohab não é fácil, é Padre pra cá, Padre pra lá - e valores também. Comecei a pegar o jeito da coisa, até chegar uma época que eu já fazia tudo; atendia telefone, atendia o balcão, respondia emails, mostrava apartamentos, fazia banco, tudo. Tudo, que na verdade era pouco naquele lugarzinho. E meu pai era suave, eu passava horas no MSN. Então, os anos foram passando, as responsabilidades aumentando, até eu abrir e fechar, literalmente, o escritório. Eu já era uma funcionária mesmo. Eu ganhava, claro, porque falando serio, comecei ganhando 100 reais, depois 150... Nesta época então eu ja estava quase beirando os 200 reais. Foi quando as coisas voltaram a melhorar; eu voltei a estudar no Olivetano, minha mãe pediu a conta no serviço e veio trabalhar com a gente, já que o negócio estava crescendo. Meu pai tinha tirado finalmente a OAB, então além de imobiliária, começou a ser também Advocacia. Logo meu pai se tornou corretor da Caixa Econômica, o que aumentou nosso serviço, e também começou a fazer perícias imobiliárias pra processos jurídicos. Bom, dai a verdade é que aquela garagenzinha da Cohab estava ficando pequena, porque nós também começamos a fazer trabalho de despachante pra um Clube no Morumbi. Dai quando eles perguntavam onde ficava o escritório, nem rolava falar que na Cohab. Falávamos tatuapé, porque os clientes nunca iam até o escritório; mas já achavam tatuapé longe. Dai, mudamos. Pra próximo ao shopping Aricanduva, e lá ficamos até o final do ano passado. Sim, lá era um pouco maior. Na verdade, dava uns 3 escritórios da Cohab. Tinha até cozinha! E como já era dos meus pais – patrimônio antigo – não pagávamos aluguel. Tive aumento de salário até 350. Sim, eu estava trabalhando por este valor. E o escritório foi aumentando, o serviço aumentando, a responsabilidade aumentando, e o salario... naquelas. Foi lá também que meu pai pegou firme na parte de Advocacia, e eu comecei a aprender tudo sobre isso. Eu ia nos fóruns e cartórios, e tudo mais.


Mas como tudo na vida, eu senti pontos negativos nesse meu emprego precoce. Eu sinto, no fundo, que perdi parte da minha infância. Sabe, aos 12 anos, eu queria mais era ficar na frente da TV, de sair na rua, de ir na casa das amigas brincar pelas últimas vezes de boneca e professora. Eu queria sair com garotos, queria ir no shopping com as amigas. E tudo foi passando...12, 13, 14, 15, 16, e eu cheia dos “ah, não vai da pra ir no shopping quarta, vou estar trabalhando”, e eu sinto falta disso. Vou colocar pouca culpa do meu trabalho sobre meus estudos, porque eu não gosto de estudar, mas tenho que assumir que as principais razões para eu não fazer as lições de casa ou não estudar para as provar, era o meu trabalho. Eu estudava a manhã toda, e trabalhava até quase 7h da noite. Queria chegar em casa e relaxar, não ir estudar. Talvez se eu passasse a tarde toda fazendo nada em casa, eu estudasse. Ou talvez não, não tenho como saber. Mas também nem tudo é ruim. Já tenho uma boa experiência pra quando for arrumar um trabalho de verdade. E eu melhorei DEMAIS desde quando comecei a trabalhar. Minha timidez mal me deixava atender o telefone. Nesse ponto melhorei demais.


Mas então. Enrolei e não falei de HOJE. Hoje mudamos o escritório, e trabalhamos no tatuapé. Eu, minha mãe, meu pai e meu tio. Cada um com a sua sala e tudo mais. Agora sim, um escritório descente, próximo ao metrô. E o que eu faço? De verdade, TUDO. Literalmente falando. Atendo telefone, atendo os clientes que chegam pra perguntar de imóvel, atendo também os que vêem procurando advogado. Respondo emails, confiro a parte financeira; depositos na conta, recebo aluguel, faço pagamento dos proprietários. Faço procurações, vou à fóruns, cartórios de registros, cartórios de imóveis. Retiro documentos nos mais estranhos endereços de São Paulo, e entrego em outros piores ainda. Faço todo o serviço da rua e de dentro do escritório. Também arrumos os arquivos, e limpo o escritório quando preciso. Peço-retiro-entrego certidões. Sei lá mais o que eu faço. Faço as avaliações de imoveis pro meu pai – ja que tem que editar fotos, montar e tudo mais, e digamos que ele não é tão bom com o computador. Em geral, é isso que eu faço. E eu não odeio, só estou cansada. E só espero que meus pais nunca leiam todo esse meu depoimento aqui.


E o melhor de tudo; no momento, estou trabalhando DE GRAÇA. Sim isso mesmo, salário ZERO.
Por causa da minha viagem pros EUA. To com saldo negativo aqui de - 7637138267236 dolares.
Mas é a vida. Por isso estou procurandou outro emprego.
E eu prometo parar de escrever minha vida pra simplesmente falar o que eu faço no meu trabalho. Eu juro. Pra que esse post imenso se ninguem vai ler? Me dá até sono.


Mas é isso.
Ah, e se alguém ler isso, comente só pra eu saber que leu. Por favor.
Beijo, beijo, me liga.
Anna

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Procurando meu primeiro emprego?

Bom, não exatamente.

Mas ontem, pela primira vez, eu sai para procurar emprego.
Essas coisas são engraçadas; trabalho desde os 12 anos e nunca tinha feito meu currículo. E muito menos entrado em algum lugar para entregá-lo. Foi bizarríssimo, tenho que assumir, porque eu estava morrendo de vergonha. Mas lá fui eu, primeiramente na Fisk próxima à minha casa, às 8hs da noite. Naquele frio horrendo que estava fazendo, juntamente com a garoa fina que caia, tenho que confessar que por um momento eu quis que a escola estivesse fechada.
Mas não estava. Entrei, falei com um homem; disse que gostaria de deixar meu currículo lá, entreguei e saí.
Não doeu nada, obviamente, mas eu realmente estava nervosa.
Logo depois, descendo na mesma avenida, entreguei meu currículo em outro centro de ensino de língua inglesa. Nesse, a mulher que recebeu  pareceu um pouco mais interessada nele. Mas mesmo assim, entreguei, virei as costas e sai andando.
Bom, foi só isso, nada demais.
Mas foi engraçado chegar em casa e meu pai - pai e atual patrão - me perguntou onde eu estava, e eu disse que estava procurando emprego. A cara dele de mas-você-JÁ-trabalha foi hilária.
Mas é isso. Estou oficialmente procurando emprego para ministrar aulas de inglês.
Se alguém (detalhe é que ninguém lê isso aqui) estiver interessado, entre em contato porque também dou aulas particulares. Principalmente pra iniciantes. E não vem falar que é meu amigo e perguntar se pode ser de graça que a resposta é não.
Agora chega de marketing. Era só isso que eu queria desabafar.
Então já sabe; aula de inglês é só entrar em contato!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Decisão. Profissão. Futuro.

É muito engraçado como em 17 anos a gente pode mudar tanto de opnião.
'O que você quer ser quando crescer?'
Eu ja quis ser cantora, atriz, desenhista, fotógrafa, dançarina, veterinária. Até os 12 anos.
Depois quis ser produtora, professora, empresária. Até os 13 anos.
Logo pensei que havia decidido tudo, que faria Tradução e Interpretação. Isso com 14.
Mas ai mudei de idéia. Faria jornalismo. Sim, eu tinha encontrado o meu eu, o meu hobby em uma profissão.
Aos 15 anos, no Segundo Ano do Ensimo Médio, pensei que havia encontrado a solução dos meus problemas.
Mas, como a vida é muito injusta, fui obrigada a olhar para essa minha querida profissão com um olhar mais crítico, com um olhar futurista, onde eu deveria visar mercado de trabalho e toda a parte financeira que estaria envolvida.
E isso não foi legal, não mesmo. Mas logo encontrei outra coisa que me chamou muita atenção, pois naquele momento, aos 16 anos, no último ano do colégio, eu estava sendo mundo pressionada por uma decisão, e persuadida a fazer Direito, assim como grande parte da minha família. Mas nunca havia sonhado em ser Advogada nem nada, então falei que nem cogitaria a idéia. O que eu encontrei era algo que envolvia sim Direito, mas também englobaria meu inglês; Relações Internacionais. Bom um bom tempo, RI foi minha vida. Pesquisei muito, e vi que não existem muitas faculdade particulares boas de RI. E as boas, são bem caras! E USP, só com muito esforço e muito cursinho! A nota de corte é a segunda maior, perdendo apenas pra medicina. E eu como uma boa pessoa que não gosta de estudar e que não estudou no melhor colégio de São Paulo, não passaria, sem dúvida alguma. Então decidi que faria UNESP, já que é mais fácil de entrar, mas matérias de maior peso são aquelas que tenho mais facilidade. Estava tudo certo.
Exceto por um detalhe.
RI na UNESP é em Franca, ou Marília.
Ou seja, uma boas horas da Capital.
O que resultou na proibição por parte dos meus pais. Tudo bem, eu até entendo, não deve ser fácil ver uma filha de 16 anos falando que vai morar sozinha no interior de São Paulo pra estudar nos próximos 4 anos. Então, com essa vetação, desisti de RI.
Na verdade, nessa altura do campeonato estava querendo desistir da vida já.
Tentei voltar atras de Jornalismo, afinal, aquilo nasceu dentro de mim, e ainda vive, até hoje.
Mas com aquela coisa toda de que pra ser jornalista não é mais necessario ter graduação em jornalismo, eu desanimei mais ainda.
Então, comecei a cogitar a idéia de fazer Direito. É o sonho do meu pai - talvez pra continuar com as coisas dele. E minha mãe está terminado a faculdade de Direito também, o que me fez ir assistir algumas aulas...
Logo cheguei a conclusão que Direito é legal. Não é maravilhoso. Não é o sonho da minha vida.
Mas é algo que eu tenho facilidade de entender. Algo que já estou no meio, que já trabalho. E é algo que da dinheiro. É algo que mesmo que empresa alguma me queira, posso ser autônoma.
E, por esta razão, e pela persuação dos meus pais, e por falta de opção plausível, é o que eu vou fazer.
E eu me sinto péssima com isso. Quando falo pras pessoas essa história toda, todo mundo fala pra eu não fazer isso, que eu vou me arrepender depois.
Acho que assim, eu iria me arrepender sim, se estivesse sendo forçada a fazer Engenharia, ou Medicina. Coisas que eu não gosto e não tenho afinidade. Mas Direito é legal, apesar de não ser meu sonho.
Porque, afinal, meu sonho é ser escritora.
E não existe faculdade para essa profissão.
Por isso vou fazer mesmo Direito; vou seguir a carreira e ganhar dinheiro pra fazer a minha faculdade de Jornalismo como hobby, para fazer curso de fotografia, e pra publicar meus livros - porque afinal no Brasil, sem dinheiro, você não consegue se publicar.
Mas é isso. Cansei já de ficar me explicando e as pessoas falando que eu sou louca.
O máximo que pode acontecer é eu desistir no meio do curso.
Quanta gente não passa por isso?

Ano novo, vida nova. Blog novo?

Falando sério, esse blog está uma tragédia.
Desatualizado ha anos, afinal, no ultimo post, eu havia acabado de desembarcar na Philadelphia, e eu já estou de volta ao Brasil.
Resumindo a viagem, minha estadia foi gostosa, o inverno é maravilhosamente frio! Meu inglês melhorou MUITO, fiz alguns amigos ao redor do mundo, e outros Brasileiros também. Arrumei um caso, um romancezinho, sim tenho que confessar, mas não deu em nada, é claro. Coisas da vida, afinal, nesses poucos três meses que passei fora, minha vida amorosa deu uma reviravolta assustadora.
Mas de volta ao meu Brasil, meu quente e úmido Brasil, minha vida amorosa já se resolveu. Voltou a estaca zero outra vez.
E quer saber da verdade? Eu realmente nem ligo.
Tenho coisas bem mais importantes na minha vida para pensar, como vestibular, trabalho, essas coisas assim.
Na verdade, esse post foi feito apenas para colocar um fim nesses posts aleatórios, e desatualizados, para uma nova etapa disso aqui. Afinal, mudanças são sempre bem vindas!
Mas também, eu sempre falo que vou pegar firme em um blog. Mas nunca faço isso de verdade.
Mas vou tentar, mas uma vez.
Porque quem acredita sempre alcança.
Isso me fez lembrar minha formatura do Ensino Médio.
E essa última frase me fez me sentir velha.

Então é isso. Ninguem lê essa bosta mesmo, então posso escrever a merda que eu quiser.
Seria legal se, quando eu virasse uma escritora famosissima, as pessoas lessem isso aqui, e vissem como é depressivo escrever sem um publico alvo determinado. Mas quem liga pra isso afinal?
O que me fez ter esse surto para escrever no meu blog, foram na verdade duas pessoas.
Primeiramente, eu posso ter interpretado mal, mas ontem quando eu estava estudando com o Davi pro vestibular, ele perguntou se eu tinha blog, mas não como se blog fosse uma coisa boa, foi uma pergunta crítica, como se pessoas que têem blogs fossem inúteis, sem ter o que fazer da vida. O que eu totalmente discordo, afinal, inútil pra mim é assistir BBB ou a Novela das 8. Escrever não tem nada de inútil, por mais simples que seja o assunto que você aborde, ou por mais simples que seja seu vocabulário. Escrever é minha vida. No papel ou num blog. Um texto no word ou um artigo pra uma revista. Não importa. Escrever é tudo pra mim. E talvez pra querer defender esse meu ponto de vista que surgiu dentro de mim essa vontade de voltar a escrever.
Dai, hoje de manha, quando estava checado meus scraps do orkut, vi que meu amigo Rafael fez um blog. Ele estava fazendo faculdade de jornalismo e parou. E disse que tem intenção de voltar a cursar, e então fez um blog. Dai eu fui ler, fui ver o que tinhamos alí, e adorei. Porque ler o que as pessoas escrevem é muito bom. Então decidi continuar. Decidi continuar a fazer o que eu mais amo fazer na minha vida. Decidir continuar a escrever.